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UM SÉCULO DE ATRASO EM EDUCAÇÃO
20/01/2011 00:08:39


M. Paulo Nunes

 Li há poucos dias, em nossa imprensa nota que me deixou forte impressão. Refiro-me à notícia de que o analfabetismo no Estado, atinge no momento o índice alarmante de 30 por cento. Uma ilustre autoridade o teria contudo achando que não seriam 30 mas 27,9 por cento. Não sei afinal qual seria a substancial diferença entre um e outro índice, porquanto a situação resultante é a mesma, ou seja, alarmante. Significa isto que um terço de nossa população continua fora de qualquer benefício resultante da chamada inclusão social. Igualmente, naquela nota é feita grave restrição à qualidade do nosso ensino público o que, de resto, não constitui nenhuma novidade.

O fato parece ligar-se ao “destino manifesto” de Portugal sobre suas colônias, de modo especial, o Brasil.

O rei D. João III, que substituiu no trono português D. Manoel, o Venturoso, sob cujo reinado se deu o “achamento do Brasil”, foi um dos monarcas mais atrasados da Europa. O seu plano de colonização do Brasil, através das Capitanias Hereditárias, representou o maior desastre econômico e social para a nova terra descoberta pelos portugueses. Não esqueçamos que este rei desatinado foi o responsável pelo estabelecimento da inquisição em Portugal, em 1536, esta página negra da história portuguesa de que o historiador Alexandre Herculano nos apresenta o quadro ominoso, com aquela sucessão de horrores descrita em seu livro terrível, História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal. Ao converter perpetuamente em feudalismo hegemônicas o território da nova colônia, criou situações que ainda hoje impedem o país de crescer e desenvolver-se de forma racional e equânime, vencendo o latifúndio e a miséria desde então dominantes. Para o Piauí isto representou a nossa sentença de morte ao vincular-nos permanentemente aos desígnos sinistros da Casa da Torre e ao poderio dos Ávilas ou de seus prepostos na Capitania, como esse fanático Domingos Afonso Mafrense que tantos males nos causaria. Não fora a reação encarniçada de posseiros contra sesmeiros e estaríamos ainda hoje vergados ao peso de uma servidão que nos inviabilizaria como território aspirante a uma relativa autonomia.

Em meados do século XIX quando estabelecíamos na Província as primeiras escolas régias que eram escolas elementares para ensinar à população a ler, escrever e contar, o grande educador argentino Domingos Faustino Sarmiento criava, no governo de Urquiza, com quem bateu-se nas hostes do exército libertador, um sistema de educação básica em Buenos Aires estendendo-o, a seguir, a todas as províncias para toda a população. Depois esse mesmo iluminado estadista, ao exercer a presidência da República, no período de 1868 a 1874, consolidou em definitivo a sua nomeada de estadista da educação. O resultado é que a Argentina é hoje um país educado e culto e sem analfabetos, enquanto oferecemos ao mundo esse espetáculo degradante de um povo deseducado e pobre, com algumas áreas de excelência, que pouco representam no contexto geral .....

O que fazer como dizia Lênin em estudo famoso? Vamos deixar por um momento a politicalha e estabelecer políticas públicas voltada para o interesse geral da população. Em matéria de políticas públicas estamos voltando aos corrilhos e ao clientelismo do tempo da “república velha”, anterior à Revolução de 30. Vamos se............... elas essa fase e voltar os olhos para o futuro. O Brasil é um grande país em condição de tornar-se uma grande potência. Eduquemos o nosso povo, dando-lhe uma educação eficiente como queria o grande Anísio Teixeira. Só assim sairemos do atoleiro em que nos afundamos. Não percamos a mocidade, que é o bem melhor de que dispomos, porquanto os jovens constituem “os amanhãs que contam” de que fala o poeta.  

 

 




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