Por: Andressa Kerllen
Os conselheiros de cultura do estado do Piauí visitaram na última quinta-feira, 31, o Parque Ambiental Floresta Fóssil, localizado às margens do rio Poti, na Avenida Raul Lopes, zona sul de Teresina. A atividade faz parte da nova proposta dos CEC-PI de realizar sessões ordinárias em espaços diversos do Estado.
Fósseis pichados, árvores riscadas, lixo, desde galhos secos a garrafas pet e sacolas plásticas. Esse é o retrato da única floresta fóssil do Brasil, criada há 150 milhões de anos e reconhecida como patrimônio da União. O local onde existem troncos de árvores petrificadas com mais de 200 mil anos é pouco conhecido e sofre com a ação de vândalos e com a ausência de policiamento. O parque chegou a ser cercado, mas pouco tempo depois as grades vieram a baixo.
O acesso principal fica próximo ao posto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR). A trilha que leva à parte mais importante do Parque é toda marcada por pedras que também seguem destino a vários outros caminhos. Em menos de cinco minutos de caminhada foi possível encontrar seis fósseis de espécies de árvores. Ao todo são sete; seis deles foram concentrados em um lugar da floresta, em meio a cactos e outras espécies de plantas que arborizam o local. O último deles, por sua vez, ainda está fincado no chão, já próximo ao rio Poti.
Com 13 hectares que vai desde a Ponte Juscelino Kubitschek ao Parque das Mangueiras, a floresta é um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e enfrenta algumas dificuldades em sua infraestrutura, pois poucas intervenções foram realizadas para melhorar a paisagem.
De acordo com a estudante de arqueologia Domingas Maria da Conceição, da Universidade Federal do Piauí, o valor do Parque Floresta Fóssil vai para além dos troncos de árvores fossilizadas.
“O caráter histórico do lugar e a importância ambiental, como centro de estudos e de lazer, são fatores que também devem ser considerados relevantes” explica.
“A Floresta Fóssil poderia ser um importante ponto turístico da capital se não fosse o pouco investimento. O local nem sequer dispõe de guias, enquanto isso o local fica ali, aberto ao público, mas sem dar condições suficientes para a população de fazê-lo mais um ponto turístico para a cidade”, explica o conselheiro Cineas Santos.
Para Dora Medeiros, “embora as belezas naturais estejam preservadas por meio do tombamento e sejam interessantes para visitação, a ausência de uma estrutura é, de fato, um grande problema”.