Por: Andressa Kerllen
Autoridades e artistas estiveram
presentes no lançamento da exposição Itinerante Bem do Brasil: Patrimônio
Histórico e Artístico, que ocorreu na manhã desta quinta-feira, (15), na Casa
de Odilon Nunes-Museu do Piauí. Parte integrante das comemorações do
aniversário de Teresina, a abertura da mostra contou com a participação do
prefeito de Teresina, Firmino Filho; da presidente da Fundac, Bid Lima; do
Presidente do Conselho Estadual de Cultura, Manoel Paulo Nunes, e da
superintendente do Iphan, Claudiana Cruz.
A amostra, que segue até o dia 16
de setembro, é itinerante e conta com a parceria da Superintendência do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desenhos,
pinturas, gravuras e esculturas de importantes artistas de todas as regiões do
país estão reunidas em 18 imensos painéis no museu do Piauí.
A arte santeira é destaque na
exposição, peças como a do “Anjo Tocheiro”, de Mestre Dezinho, e a renda de
Bilro, produzida no Morro da Mariana, povoado do município de Ilha Grande, no
Delta do rio Parnaíba são contempladas durante a exposição.
“O Museu do Piauí está de
parabéns com a exposição Bem do Brasil, uma exposição que valoriza a nossa
cultura, preservando a memória do nosso Estado e do nosso país, o governo do
estado tem apoiado constantemente eventos como esses de incentivo a cultura,
por acreditar que é através de ações como estas que temos cumprindo com nossa
função” ressalta o secretário de Governo, Wilson Brandão, que representou o
governador Wilson Martins na abertura.
Segundo Dora Medeiros diretora do
Museu do Piauí, a exposição percorre todo o país dando visibilidade às artes de
cada Estado, e proporciona gratuitamente à população e à comunidade estudantil
a conhecerem um pouco mais da nossa cultura brasileira.
Após a abertura da exposição,
houve o lançamento da Revista Presença nº 49, uma publicação do Conselho
Estadual de Cultura (CEC), subsidiada pela Secretaria de Educação e Cultura.
Em cada página existe um
colorido, uma ilustração, uma foto. É dessa forma que se apresenta a 49º edição
da Revista Presença, uma publicação marcada pelo acertado casamento do texto
com a imagem.
A mostra segue até o dia 15 de
setembro, sempre de terça a sexta, das 8h às 17h30; aos sábados e domingos de
8h às 12h, toda a diversidade do patrimônio cultural brasileiro estará à
mostra, representado em pinturas, gravuras e esculturas, além de filmes e
fotografia.
Editorial
Não
é fato comum, em nosso país, uma revista de cultura chegar à 49ª edição com a
vitalidade e o frescor da Presença, revista editada, semestralmente, pelo
Conselho Estadual de Cultura do Piauí. A que se deve tal feito? Em primeiro
lugar, ao empenho do Prof. M. Paulo Nunes, um intelectual que continua
acreditando ser o papel – livro, revista, jornal – o meio mais adequado para a
veiculação de ideias e conhecimentos. Desde a década de 40, quando, na
companhia de H. Dobal e O. G. Rego de Carvalho, criou a revista Meridiano, um
divisor de águas na literatura piauiense, Paulo Nunes vem editando revistas com
o mesmo entusiasmo da juventude. Em segundo lugar, Presença é uma publicação
que sempre contemplou a pluralidade das ideias, sem abrir mão do respeito à
inteligência do leitor.
Nesta
edição, por exemplo, é possível sair de um instigante ensaio filosófico de
Amandino Nunes Jr. para o humor sutil de Jota. A. O leque de opções é bastante
amplo: se o jurista Celso Barros Coelho demonstra a atualidade do pensamento de
Rui Barbosa, o Prof. Hugo Lenes Menezes joga luzes sobre uma faceta pouco
conhecida da obra de Bernardo Guimarães, no oportuno artigo “A condição
servonegra na poética de Bernardo Guimarães”. O historiador Reginaldo Miranda
homenageia o poeta Hermínio Castelo Branco e o Prof. Fonseca Neto mostra-nos
novas facetas na obra do Padre Chaves, “o historiador de Teresina”.
Acrescente-se
aos textos citados o artigo “Juventude, cultura e linguagens na década de
sessenta”, da historiadora Teresinha Queiroz, uma análise do panorama da
cultura brasileira na efervescente década de 1960. Paulo Nunes revisita um dos
seus autores preferido – Graciliano Ramos – no momento em que se comemoram os
120 anos de nascimento do autor de São Bernardo. Rubem Braga, no ano do seu
centenário de nascimento, é lembrado em crônica de Cineas Santos. Fechando esta
edição, temos o conto Simpático, de Enéas Athanázio, uma entrevista com o Prof.
Wilson Seraine, sobre o centenário de Luiz Gonzaga, um artigo da Profª. Sarah
M. Mourão Benício, analisando a obra do pintor João Batista Cruz e o belo texto
de autoria do preclaro escritor Alberto da Costa e Silva, com que se abre uma
campanha nacional em defesa da cidade de Amarante, referência de nosso
patrimônio cultural e urbanístico, ora ameaçada de desaparecimento com o
criminoso projeto de construção das barragens no rio Parnaíba para a captação
de energia elétrica.
O projeto gráfico e a ilustrações desta edição trazem o sinete de
Antônio Amaral, um artista que dispensa comentário.
Como
se pode ver, o que garante a permanência da Presença no cenário cultural
brasileiro é, como já se afirmou antes, o respeito à inteligência do leitor.
Revista Presença-sempre elogiada
Os inúmeros elogios dirigidos à
publicação devem-se não somente ao rico conteúdo presente na publicação, mas há
que se destacar o excelente trabalho do projeto gráfico e editoração eletrônica
da Interativa Propaganda e Marketing, renomada agência de Teresina. O rigor de
um conselho editorial que conta com a professora Francisca Mendes, o professor
Cineas Santos e o Presidente do Conselho Estadual de Cultura Manoel Paulo
Nunes, as ilustrações de Jota A e a revisão de Cineas Santos, Manoel Paulo
Nunes e da professora Rosa Pereira da Silva colaboram para o sucesso da
revista.
