Representantes dos conselhos estaduais de cultura do Nordeste do Brasil
pretendem criar um plano de mobilização unificado para fortalecer os conselhos
de cultura. Para isso, é preciso ser definido como a sociedade civil pode ser
mais envolvida nos debates sobre as políticas culturais. Esse tema foi um dos
assuntos debatidos durante o Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Cultura
(ConECta), que aconteceu entre os dias 02 e 03 de agosto, em Natal, no Rio
Grande do Norte.
O evento foi realizado na Escola de Governo, no Centro Administrativo
do Estado, na Lagoa Nova. À frente da organização esteve o presidente do Conselho
Estadual de Cultura da Bahia (CEC), Márcio Caires, que também preside o
ConECta. “Estamos em um momento de remobilização do ConECta e da construção de
um espaço de diálogo com a sociedade civil em relação ao papel dos conselhos
estaduais de cultura. E focamos
principalmente no acompanhamento à implementação do Sistema Nacional de
Cultura”, disse o presidente.
Caires lembrou ainda que os encontros do ConECta têm rendido
bons resultados. “No encontro da Regional Norte do ConECta, em Macapá, assuntos
como o custo amazônico e o tombamento da tradição do Marabaixo foram definidos
como temas integradores da região”, assinalou. O presidente lamenta o fato de
que o custo amazônico foi eleito como uma das 32 prioridades da Conferência
Nacional de Cultura de 2010, mas ainda não tenha sido encaminhado como política
pelo Ministério da Cultura (Minc).
Paralelo ao evento também houve: o Fórum de Secretários de Cultura e o Agosto da Alegria, que acontece
uma vez ao ano e debate a cultura popular e folclore. Na quinta-feira, 1º, às
10h40, o presidente Márcio Caires participou do Fórum de Secretários de Cultura.
Na ocasião, o presidente falou sobre a dinamização do
processo de participação dos Conselhos Estaduais de Cultura nas ações culturais
propostas pelas secretarias de estado e propôs reformulações nos
conselhos estaduais que devem se enquadrar ao Sistema Nacional de Cultura e
legitimar a participação da sociedade civil. Por fim, Caires sugeriu que seja definido um tema nacional para que os dois fóruns trabalhem em
conjunto.
Segundo o presidente do Conselho de Cultura do Rio Grande do
Norte, Iaperi Araújo, o momento não serviu somente para reivindicar melhorias,
mas para se repensar a valorização da cultura. “É muito importante que
aconteçam encontros regionais que permitam a troca de informações. Isso facilita
a realização de um modelo de política cultural uniforme entre os estados”,
disse.
CALENDÁRIO – Esse foi o terceiro encontro do ConECta este
ano. Já aconteceram reuniões regionais no Sul e Norte do país. Depois do
Nordeste, será a vez das regionais Centro-Oeste e Sudeste, em datas ainda não
definidas.
Os resultados de cada encontro estão sendo organizados por
cada regional. O objetivo é que todos se reúnam no Encontro Nacional do
ConECta, que será realizado no mês de outubro, como parte da Festa Nacional da
Música, em Canela, no Rio Grande do Sul.
“Os encontros regionais têm a capacidade de avaliar o
cenário da cultura de cada região. E será válido levar todas as demandas ao
encontro nacional. Tem sido valiosa a retomada das ações do ConECta”, comemora
o coordenador da Regional Nordeste do ConECta e presidente do Conselho Estadual
de Cultura de Alagoas, Osvaldo Viegas.
Além de conselheiros de cultura dos estados do Nordeste
(Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco
e Sergipe), também estão sendo esperados parlamentares, representantes do
governo federal, artistas e agentes culturais de todo o Brasil.