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Conselho Estadual de Cultura aproxima Universidade da comunidade escolar do bairro Vermelha
08/07/2011 11:59


Conselho Estadual de Cultura aproxima Universidade da comunidade escolar do bairro Vermelha

Por Ângela Maria Macedo de Oliveira

 

Palestra sobre Arqueologia e Educação Patrimonial.

 

No período de 28 de junho a 01 de julho, realizou-se no auditório do Conselho Estadual de Cultura uma palestra e exposição sobre a Arqueologia e Educação Patrimonial pelos alunos Herla Mara de Carvalho Freitas, Jurandir Barros Junior e Cássia Cristina da Silva Mateus, formandos da primeira turma do Curso de Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre da Universidade Federal do Piauí, todos estagiários do Núcleo de Antropologia Pré-Histórica – NAP da UFPI.

O conhecimento que é produzido na Universidade salta seus muros e chega à comunidade escolar intermediado pelo Conselho Estadual de Cultura. Participaram desta atividade sócio-educativa, nos turnos da manhã e tarde, alunos do ensino fundamental e médio das Unidades Escolares Anísio Teixeira, Gabriel Ferreira e Teresinha Nunes.  

Os formandos em Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre foram orientados pela Profa. Dra. Joína Freitas Borges nesta atividade de extensão universitária. Iniciaram a palestra definindo o que é arqueologia como o “estudo dos povos e as culturas do passado, ou seja, as marcas e objetos deixados por eles. Essas marcas e objetos são chamados de vestígios, e os mais comumente encontrados no Piauí são arte rupestre, líticos (pedra polida e lascada), cacos  cerâmicos, material ósseo humano e restos malacológicos (relacionado a moluscos). As etapas que compõem o trabalho arqueológico são as seguintes: prospecção (identificação e localização de sítios arqueológicos), sondagem e escavação, análises, datação dos vestígios e sínteses dos resultados”.

O Estado do Piauí é rico em sítios arqueológicos, diversos municípios possuem vestígios, no entanto pelo numero de pesquisas que vem sendo realizadas, destaca-se a área de São Raimundo Nonato, onde se encontra o berço do homem americano. As pesquisas realizadas no Parque Nacional Serra da Capivara pela equipe da arqueóloga Dra. Niede Guidon sugere que o homem não somente tenha vindo pelo estreito de Bering, onde a datação do povoamento nas Américas remonta a apenas 15 mil anos, mas o resultado das pesquisas nesta região do Piauí apontam para uma datação bem mais recuada no tempo, ou seja 58 mil anos atrás, podendo mesmo a chegar a 100 mil anos.

Após a palestra dos formandos realizou-se exposição com algumas peças arqueológicas do Núcleo de Antropologia Pré-histórica – NAP - UFPI, que constaram de exemplares de fragmentos de cerâmicas indígenas encontrados nas cidades de Parnaguá, Santa Luz do Piauí e Luis Correia, material lítico, como também vestígios paleontológicos, ou seja, fragmentos ou fósseis completos de animais coletados na Chapada do Araripe, porção do estado do Piauí. Estes exemplares serviram para ilustrar o processo de fossilização que acontece quando a matéria orgânica é calcificada, se transformando em rocha, mas conservando a antiga forma do animal ou de vegetais. Foram expostos também exemplares de vestígios de preguiça-gigante e presa de tigre-dente-de-sabre. As imagens abaixo retratam a fossilização de um peixe e um réptil.

Exposição

 

A preguiça-gigante faz parte dos animais que existiram na nossa megafauna. Estes eram animais gigantes que viveram no passado junto ao homem pré-histórico. Outros animais que compunham a megafauna existente no território piauiense eram o tigre-dente-de-sabre, mastodonte, macrauchênia, paleolhama, cavalo americano e tatu gigante. Todos se extinguiram há cerca de 12 mil anos.

O objetivo principal da palestra foi sensibilizar a sociedade, em especial os alunos e professores do Bairro Vermelha, quanto à valorização e preservação dos nossos bens culturais. Portanto enfatizaram que “patrimônio não são apenas os bens edificados, como igrejas ou prédios públicos, mas, também os vestígios deixados pelos primeiros  homens da Serra da Capivara, como por exemplo, as pinturas rupestres; os elementos da nossa culinária que também são bens culturais, como maria isabel e cajuína”. Lembraram também que é preciso preservar não a comida em si mesma, mas, seu modo de preparo artesanal”. 

Outro tema discutido na Palestra foi o problema de conservação das pinturas rupestres, que tem como principal agente deletério o próprio homem, a partir de queimadas que provocam fumaça e danificam as pinturas rupestres. Assim como também a atuação de agentes naturais degradantes, a exemplo de insetos construtores que “habitam” áreas dos painéis com pinturas e dentre estes os principais são os cupins, as vespas, marimbondos e abelhas. Outro fator degradante ressaltado foi a natureza da rocha suporte e o próprio clima.  Portanto, o trabalho de conservação rupestre é fundamental para a preservação desse importante patrimônio cultural do Piauí.

O Conselho tem nestas ações sócio-educativas ampliado a divulgação e valorização dos nossos bens culturais, seja, materiais ou imateriais, e com isso incentivando o acesso à discussão acerca da história piauiense, esta que se inicia ainda na pré-história, há cem mil anos, antes do presente. Pois as pinturas rupestres são locais de memória que contam nossa história e com isso todos possam se conscientizar de que a história do nosso Estado iniciou muito antes da chegada dos colonizadores no século XVII.  

 




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