Por José Marques de Souza Filho
Assessor de Comunicação do CEC
Jornalista – DRT 1002
Estudantes, professores e a comunidade em geral teresinense e, em especial, do Bairro Vermelha vão poder conferir, a partir de amanha (03) até o dia 10/03, com abertura prevista para as 17hs, na galeria do CEC – Conselho Estadual de Cultura do Piauí, situado na rua 13 de maio, 1513, no bairro Vermelha, zona sul de Teresina, a exposição “Batuques, confetes e serpentinas”, do jornalista Raimundo Alves de Lima, o Ral.
De acordo com Ral, a exposição, feita a partir de entrevistas e pesquisa no arquivo público da cidade, conta com 30 painéis que vão destacar os antigos carnavais de Teresina, dos anos 40 até o surgimento das escolas de samba Skindô e Ziriguidum, além de destacar a figura do carnavalesco Zé Carvalho. “Aquele que tantas vezes se transformou em Pierrô, Arlequim e Zé Pereira dos eternos carnavais de Teresina”, diz Ral, num texto que ele fez para homenagear o carnavalesco.
Segundo Ana Maria, secretária do CEC e coordenadora do evento, essa é a primeira atividade da instituição neste mês de março, dentro da programação que prevê a realização de atividades para enaltecer cada data comemorativa, em cada mês. Ainda estão previstas atividades para comemoração do Dia Internacional da Mulher (08/03); Dia do Bibliotecário (12/03); Dia da Poesia (14/03); e o Dia Mundial do Teatro (27/03).
Mudou o carnaval de Teresina?
Ral disse que a intenção dele é fazer com que o público possa refletir até que ponto o carnaval de Teresina tomou outro rumo. Segundo ele, antigamente, as escolas de samba de Teresina tinham um modelo próprio, a partir do samba enredo, que eram cadenciados. “Na realidade, as escolas não tinham nem enredo. Os compositores como João Cacundin (João Borges), Manoel Fininho, Zeca Jacu, Bagana, João Violão e tantos outros, faziam os sambas das escolas inspirados nas histórias do cotidiano de Teresina”, avalia Ral.
O jornalista diz que aquela realidade mudou e atualmente as escolas têm um enredo, o que ele considera como a operacionalização de um teatro humano, onde cada ala é dividida pelo enredo e o samba-enredo. Antigamente, só a bateria era que ficava dividida, mas não tinha divisão de alas. “Há um tempo atrás, o Paulinho da Viola já chamava atenção para esse tipo de samba carioca: __Tá legal eu aceito argumento, mas não me altere o samba tanto assim. Quer dizer, ele próprio compositor da Portela já chamava atenção para isso”, comenta Ral.
Ral acrescenta que os textos da exposição contam ainda como eram confeccionados e afinados os instrumentos, além de falar sobre muitos dos personagens do carnaval como Zé Bico, Bagana, Nicinha, Xaxado, Zeca Coro Vei e tantos outros. “A Laurenice França, presidente da FCMC – Fundação Cultural Mons. Chaves me pediu para que eu fizesse um livro, em cima dessa pesquisa, para a Fundação publicar”, finaliza Ral.
02/03/2010